Quero falar
agora sobre um acalento cotidiano. Nessa vida bruta, mesquinha, cheia de
desalentos, existe um abraço que serve para todo mundo. É aquele abraço ameno,
morno, que alivia e acalma.
São gotas de
sol, gotas que abraçam o corpo no final da tarde. É o sol que não machuca a
pele, é o sol que cuida, alivia e regenera. São as gotas que envolvem o corpo,
é o calor que acalenta, é aquilo que desfaz o frio. É a luz que faz brotar as
sementes, alimenta as plantas e acaricia os animais.
De vez em
quando um gato pode ser visto deitado por aí, sentindo a luz, sendo abraçado
pelo sol. Os animais sabem das coisas.
Eis o abraço
livre, sempre disponível. Um banho morno no meio da rua. Se é livre, existe
para os presos e para todas as retinas. Às crianças e aos idosos, a todos os
animais, às células, às plantas e à vida. Para tudo, gotas de Sol.
