sábado, 23 de maio de 2020

Naninha




Chegou pequeninha
Ao lado do lixo na rua
Baixinho miava
Corpinho minúsculo 
Nana neném, criatura sagrada
Cuidei, e como cuidei
Probiótico para o corpo
Amor para a alma
Quantos anos já passaram
Desde que sonhei com a sua chegada
Dorme ao meu lado, velando por mim
Gatinha, criança felpuda, pequena vida
Tricolorzinha
Pelo seu amor e companheirismo
Eu sou alimentada

terça-feira, 12 de maio de 2020

Desiderato da aldeia




Acordaram cansados os aldeados
Depois de longos desideratos
A (re)invenção do cotidiano
Braços alongados em cabos flutuantes
Todas as utopias cabem em satélites, veias e vias
Perfuram as raízes da minha aldeia
Desenham novos contornos para a humana colmeia
Futurólogos e suas imprevisões
Pós-mundo líquido e imiscível
Desglobalizar-se-á?
Um antivírus para a gordura invisível
O ruído agudo dos estômagos pede proteção
É servido o banquete: suculentos migliaccios, saborosas lúcides e porções de aldir
Pode-se dançar, corpos separados
Um pra lá, outro pra cá: catarses do devir




Pixunga



Dorme como uma boneca em cima da cama
Tem uma pequena lua cheia na barriga
O olho direito me encara e o esquerdo orbita
Longos membros e um rabinho cotó
Ser vivo de pelúcia
Para os de fora: Nina
Para mim, em bom o sonoro tatibitati
Pixunga