domingo, 28 de janeiro de 2024

Jardins que me ornamentam




Lyege, Natália, Gabriela, Andrea e Geralda. Laços de amizade que viraram irmandade.
Gerlane, Alzira, Josefa, Anita e Maria de Lourdes. Raízes de onde brota o meu sangue.
Analice, Elzanir, Margarete, Cláudia e Kátia. Espelhos de conhecimento.

Rios de força, ternuras no meio de violências, flores que cultivo, jardins que me ornamentam.

Só uma mulher conhece as dores de outra.

Obrigada.



sábado, 27 de janeiro de 2024

Cuidado onde pisa

 


Um aviso:

Coração é terra que ninguém vê
Coração é terra que ninguém pisa

Tudo o que for cristalino

 


Pedras naturais. Pedras preciosas. Joias. Bijuterias. Brincos. Colares. Aneis. Pulseiras. Pingentes. Ouro. Prata. Saúde. Teatro. Perfumes. Vidro. Garrafas de vidro coloridas. Garrafas antigas de perfume. Roupas. Sapatos. Bolsas. Viagens. Bons restaurantes. Boa comida simples. Coisas coloridas e transparentes. Vitrais. Ladrilhos. Cerâmica. Azulejos. Miçangas. Sinceridade. Honestidade. Resolver as coisas rápido. Gente de palavra. Contas pagas em dia. Tatuagens. Gatos. Comidas veganas. Rir de besteiras. Bolo de aniversário. Picolé de morango. Picolé de limão. Gelo. Animais em paz. Seres humanos em paz. Rio. Cachoeira . Verde. Turquesa. Azul. Arte. Céu estrelado. Coisas transparentes. Lua. Lilás. Forró. Organização. Casa arrumada. Estar em paz comigo. Terapia em dia . Fazer um estoque de remédios. Ervas. Oxum. Iemanjá. Iansã. Terços. Umbanda. Amigas. Família. Minha profissão. Tudo o que for cristalino. 

Não necessariamente nessa ordem.

Dei um beijo na boca do medo




Dei um beijo na boca do medo - Simone Mazzer


Dei um beijo na boca do medo
E saí por aí pela noite tão longa
Passei por terreiros iluminados
Na rodoviária meu mundo caiu
Peguei na mala uma meia
Vai fazer frio 
Falei pro cara sentado ao meu lado
Eu hoje não sofro mais
Eu vivo caindo fora
Sonhei com a fortuna das rodas no carro
O pai debaixo das asas
Da saia da grande mãe
Eu não tenho casa eu não tenho grana
Os anjos me fazem mal
Eu sei que o medo é uma droga pesada
E na porta do céu
Eles pesam as almas dos mortos
Só me interessam correntes de ar quente
E o que sente um golfinho
Nas grandes rotas do mar
Eu não tenho casa eu não tenho grana
Vai fazer frio [...]



terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Cantam meus olhos

 


Cantam os meus olhos
Coisas de lágrimas
Dias desses, 
Minhas retinas 
Viraram água


segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Sertão interrompido da alma



Tem alguma coisa de magia nesse cariri quente. Um fractal de quem fui no Sertão interrompido da alma. Descobrir como amar na sequidão de quem sempre rala o joelho no caminho das pedras.
Reconheço a trinca no olhar de quem já viu essa paisagem e sentiu a escuridão dos ossos em período sombrio. A rachadura dos pés conhecem as rachaduras do solo, a dureza do espírito e a intrepidez dos homens. Tudo já é conhecido, como a feitiçaria de quem penou sob o sol e hoje paga com luz e suor cada centavo de maledicência.
Nas voltas do samsara nasci maresia, água doce, às vezes cristalina, na busca por ser ainda magia, mas algo melhor.