segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Sertão interrompido da alma



Tem alguma coisa de magia nesse cariri quente. Um fractal de quem fui no Sertão interrompido da alma. Descobrir como amar na sequidão de quem sempre rala o joelho no caminho das pedras.
Reconheço a trinca no olhar de quem já viu essa paisagem e sentiu a escuridão dos ossos em período sombrio. A rachadura dos pés conhecem as rachaduras do solo, a dureza do espírito e a intrepidez dos homens. Tudo já é conhecido, como a feitiçaria de quem penou sob o sol e hoje paga com luz e suor cada centavo de maledicência.
Nas voltas do samsara nasci maresia, água doce, às vezes cristalina, na busca por ser ainda magia, mas algo melhor.