sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Francisco e o vento



Enquanto nos afundamos em estudos e leituras, ele, calmo e sonolento, está deitado sobre a mesa. A pequena cabeça está apoiada em seu bracinho e de vez em quando fazemos algum afago nele. De onde está é possível observar o céu, os pássaros e os coqueiros do outro lado da rua.
Um vento forte entra pela janela, então, ele desperta. Tranquilo, ele levanta a cabeça, fecha os olhinhos, respira mais rápido e sente o vento afagar o seu rosto. Francisco e o vento. É nesse momento que os dois são um só. O gene não nega, os animais foram feitos em comunhão com a natureza. Observo essa conexão e sinto paz. 

Estou andando entre árvores e de repente, o vento passa por mim. Fecho os olhos, respiro, sinto o seu toque em meu rosto e imediatamente noto que repeti os gestos do pequeno Francisco sem perceber. Sorrio e agradeço por ter aprendido uma nova lição com ele.