Francisco, nome do santo protetor dos animais, e nome do meu gatinho. Pequeno siamês dos olhinhos azuis, cheio de vida e curiosidade. Ele é amor, todo amor. O que ele trouxe para meu coração não pode ser medido ou explicado. Ternura, carinho, amor, amizade, respeito, pureza. Eu, que já amava os animais, passei a amá-los e respeitá-los ainda mais. Através de Francisco eu pude reconhecer um ponto em comum a todos eles: o brilho inocente nos olhos e uma pureza na alma. Não trazem maldade em si, apenas são o que são, lutam para sobreviver e sentem, tal como nós sentimos. Merecem nosso respeito e nos ensinam o amor. Acredito que sejam anjos. Quando olho para Francisco, enxergo pequenas asas nele.
Lembro de quando
foi deixado em minha casa: era pequeno, tinha três meses e junto a ele foram
deixados dois potes e uma caixa de areia. Ele estava acostumado a viver com
outros gatos e o seu rabinho parecia machucado. Disseram que ele tinha perdido
a mãe e passado por um acidente, que até hoje não sei como aconteceu. Era dia 4
de maio de 2015. Ele se escondeu em uma gaveta e passou o dia inteiro lá. Até
que o encontramos escondido, tão pequeno e tão assustado. Ele miava pela casa,
procurava as antigas companhias, e nós tentávamos acalmá-lo. Até que ele se deitou
perto de nós e dormiu.
Os dias
passavam e ele explorava o ambiente. Pequeno curioso, menininho danado.
Aquariano independente e carinhoso. Dócil, simpático, comunicativo. Aos poucos
demonstra confiança em que cuida dele. Sobe em minha cama, deita nos meus pés. Dessa
vez não sou eu que mostro a ele o quanto o amo, é ele que demonstra o seu amor.
Se estou quieta, ele deita ao meu lado. Se choro, ele me consola: mia, deita
perto de mim.
Seus olhinhos
são vivos, observam a casa e a rua. Triste fim para as formiguinhas que passam
perto dele. Passa as manhãs e as tardes dormindo, quieto, carinhoso. Quando
anoitece, corre pela casa, mia, quer brincar. Eu o acompanho, brinco com ele,
sorrio com a sua alegria. Isso é vida. É a luz que está dentro dele, que o faz
correr, miar, explorar, e levar amor por aí.
Meu pequeno
anjo. Os olhos azuis brilham, as orelhinhas mexem com qualquer barulho, o
rabinho balança pela casa. Minha alegria é chegar em casa e por ele ser
recebida. Poder abraçá-lo e tê-lo sempre perto. Se triste, ou magoado, mia e
reclama e eu o entendo. Tão acostumado a sempre receber carinho, que reclama se
é chamado atenção. Adora subir na pia, mas detesta banho. Bagunça a casa, arranha
os móveis, quebra objetos e apronta por aí. Pequeno obstinado, mira um alvo e
pula até ele, mesmo que demore dias para a sua conquista.
Quando deito
para dormir, ele sobe em minha cama e quer dormir também. De vez em quando olhamos
as estrelas pela janela. Ele adora as mesmas músicas que eu e até dorme com
elas. Estou aqui, e ele está deitado ao
meu lado. A cabeça repousa sobre o braço. Calmo, tranquilo, transbordando amor.
Obrigada por
existir, obrigada por ser quem é e do jeito que é. Obrigada por estar em minha
vida e por ser o meu irmãzinho mais novo. Obrigada Universo, por ter colocado
um pequeno anjo em minha vida. Eu olho para ele, digo essas palavras e ele mia,
sei que me entende.
