terça-feira, 9 de agosto de 2016

Não tem nome



Essa coisa que não tem nome. Essa coisa mágica, esse querer bem, essa vontade de estar perto. Bálsamo benigno, signo, guru e porto seguro. Mar e mãe, medo e champagne, visão do espaço sideral. Fumo e yoga, paixão e carnaval.
Luz e nuvem. O envolvimento de um abraço que faz ver estrelas e conhecer um pedaço do paraíso. Olhos brilhando e sorrisos de crianças. Andanças de mãos dadas pelo mundo. Planos e sonhos. Cuidado na doença, beijo na testa. Defender com unhas e dentes. O telefone que toca pra se ter uma conversa rápida. É aquele carinho de quem levanta cedo só para comprar produtos orgânicos para o outro. E aquela moça ou rapaz que compra um remédio na farmácia sem querer nada em troca.
Respeitar as dores, perguntar se chegou bem em casa, e, melhor ainda, acompanhar no caminho. Deixar na porta de casa. É olhar nos olhos e poder chorar sem medo. Entender que o passado existe, mas que quem ama vive só para o presente. Sonhar com paisagens e viver poemas. Caminhar canções e beijar instantes.
É uma essência divina, uma centelha, é a visão do universo. É maior do que tudo, é espiritual, é alma, coração e tudo que há de mais belo no mundo. Talvez macio, talvez solar, talvez parte da lua. É uma praia deserta e uma mata selvagem. Existe para homens, mulheres, crianças e animais.
Talvez, se os olhos forem fechados, há de se sentir alguma coisa. Talvez um sussurro diga o seu nome em algum sonho bonito. É uma mãe, um irmão, um amigo, um namorado e uma esposa. Existe no sorriso dos filhos que eu ainda terei e nos animais que eu já amo. O cuidado, a ternura, a expressão daquilo que há de melhor no ser no ser humano. Coisa universal, coisa que a gente faz pelos outros só pelo prazer de fazer o bem a alguém, coisa que mora nos olhos de quem ama. Coisa que eu nem sei mais explicar, isso que não tem nome.