segunda-feira, 16 de abril de 2018

Deixe cair



O amor há de brilhar infindo, insano e protegido por aí. O amor há de subir montanhas, chapadas e problemas, há de dormir na praia num fim de tarde e de compartilhar o sono no calar das estrelas. Ele há de cruzar comigo em algum corredor da vida e há de olhar nos meus olhos por minutos constantes. Ele verá o meu corpo pelo mundo e se encantará não com meu mistério, mas com a minha verdade, e, diante dela, quererá conhecer o meu coração e abrirá a vida para mim. Quero crer nas aventuras e nas mãos que não se largarão, quero cruzar a linha do tempo num eterno agora. Eu que sempre sei, quero saber quando chegar. Quero ver o amor sem desculpas, só querendo ficar, me levando para longe, sem pressa para voltar. A fidelidade no meio das coisas banais, planos, sonhos-filhos, sentimentos não-verbais. Quero crer na alegria de ser e saber da plenitude do que não se pode explicar. Não mais me importa que nada disso eu viva, o amor não se pede, não se encontra, ele é um tombo no abismo, é preciso cair, não se jogar.