O amor há de
brilhar infindo, insano e protegido por aí. O amor há de subir montanhas,
chapadas e problemas, há de dormir na praia num fim de tarde e de compartilhar
o sono no calar das estrelas. Ele há de cruzar comigo em algum corredor da vida
e há de olhar nos meus olhos por minutos constantes. Ele verá o meu corpo pelo
mundo e se encantará não com meu mistério, mas com a minha verdade, e, diante
dela, quererá conhecer o meu coração e abrirá a vida para mim. Quero crer nas
aventuras e nas mãos que não se largarão, quero cruzar a linha do tempo num
eterno agora. Eu que sempre sei, quero saber quando chegar. Quero ver o amor
sem desculpas, só querendo ficar, me levando para longe, sem pressa para
voltar. A fidelidade no meio das coisas banais, planos, sonhos-filhos,
sentimentos não-verbais. Quero crer na alegria de ser e saber da plenitude do
que não se pode explicar. Não mais me importa que nada disso eu viva, o amor
não se pede, não se encontra, ele é um tombo no abismo, é preciso cair, não se
jogar.
