quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

No dia em que choveu



Um outro país, um outro lugar. Aqui estou eu, passando por entre estranhos, mas sabendo que a estranha sou eu. Vejo rostos a passar por mim. De onde são? Quem são? Não sei se são daqui ou se, assim como eu, estão só de passagem. Esse mundo não é meu.
O meu rosto é só mais na multidão. Sinais, carros, fumaça, sol e pessoas. Preciso chegar na hora. Abro a porta e você é a primeira pessoa que vejo.  Você olha pra mim e nós sorrimos. Então, seguimos em direções opostas. Quem é você? Não sei o seu nome, ou se o seu rosto aparacerá em meus sonhos algum dia. Estás de passagem? Alguém te espera em tua chegada? Continuo o meu caminho.
Ao meu redor estão livros empoeirados e um estrondo forte me assusta. São trovões. Preciso ir para algum lugar seguro. O dia antes ensolarado fica cinza e a chuva assusta. Paro em algum lugar e espero a chuva passar. Sinto o vento forte e penso que talvez eu adoeça, mas aí lembro que já estou doente. Talvez o vento até me ajude a respirar melhor. É, estou respirando melhor mesmo. Não sei de mais nada. Observo a chuva e como tudo é lindo. Não sei se são as folhas voando, ou as árvores balançando, ou a chuva. Lembro do seu rosto mais uma vez. Eu não sei nada da vida, e não sei nada da chuva, a única coisa que eu sei, é que choveu no dia em que te vi.