Um outro país,
um outro lugar. Aqui estou eu, passando por entre estranhos, mas sabendo que a
estranha sou eu. Vejo rostos a passar por mim. De onde são? Quem são? Não sei
se são daqui ou se, assim como eu, estão só de passagem. Esse mundo não é meu.
O meu rosto é
só mais na multidão. Sinais, carros, fumaça, sol e pessoas. Preciso chegar na
hora. Abro a porta e você é a primeira pessoa que vejo. Você olha pra mim e nós sorrimos. Então,
seguimos em direções opostas. Quem é você? Não sei o seu nome, ou se o seu rosto aparacerá em meus
sonhos algum dia. Estás de passagem? Alguém te espera em tua chegada? Continuo
o meu caminho.
Ao meu redor estão livros
empoeirados e um estrondo forte me assusta. São trovões. Preciso ir para algum
lugar seguro. O dia antes ensolarado fica cinza e a chuva assusta. Paro em algum
lugar e espero a chuva passar. Sinto o vento forte e penso que talvez eu adoeça,
mas aí lembro que já estou doente. Talvez o vento até me ajude a respirar
melhor. É, estou respirando melhor mesmo. Não sei de mais nada. Observo a chuva
e como tudo é lindo. Não sei se são as folhas voando, ou as árvores balançando,
ou a chuva. Lembro do seu rosto mais uma vez. Eu não sei nada da vida, e não
sei nada da chuva, a única coisa que eu sei, é que choveu no dia em que te vi.
