Sábado é a
minha rosa da semana. São estrelas, conselhos, meditações, rosas e energias.
Vibrações e sensações que não posso explicar. Vejo brilho em todos os cantos e
ao mesmo tempo não vejo nada.
As primeiras
rosas que colhi estavam num jardim cheio de pedras. Eu estava num lugar lindo,
com árvores e lugares para meditar. Quando anoitecia eu guardava as estrelas
dentro de mim e ia dormir feliz. Ali eu fui lua e deixei o meu coração conhecer
uma felicidade que ainda não tem nome. Os domingos de missa e praia à noite
eram um complemento daquilo que o sábado era.
Com medo da
alegria eu fugi, e aí, a alegria fugiu de mim também. Então um presente chegou em minhas mãos outra vez. Sábado ainda é a rosa da semana. Dessa vez, era um
lugar pequeno com paredes azuis. O meu coração começava a se sentir cheio, mas esse ainda não era o meu lugar.
Eu me entrego
e confio. Outras flores brotaram para mim. São rosas e lírios. É possível que existam outras flores e que eu ainda não as tenha visto. Eu descobri que
posso ser feliz de novo. Por muito tempo eu quis retornar ao jardim, por muito
tempo eu quis voltar no tempo. Eu fechava meus olhos e acreditava que realmente
voltaria...
Não voltei, mas o meu coração está aberto e eu consigo guardar as estrelas dentro de mim, como antes. É um lugar azul,
cheio de coisas invisíveis. O meu corpo não é mais o meu corpo. Há milhares de
coisas além de mim, coisas com as quais eu converso. A minha dança é leve e o
sorriso toma o meu rosto. Alguém segura as minhas mãos, e eu apenas escuto.
Os meus passos
eu deixo numa estrada azul. Tudo o que vejo são coisas invisíveis e essas são
as coisas mais lindas que eu posso enxergar. Tudo isso é quem eu fui, quem eu sou e quem eu
serei. A minha essência é antiga e o meu coração é milenar. Um dia me mostraram
as estrelas e eu me joguei num abismo, foi então que eu caí outra vez nessa estrada azul.
Olhando para trás, eu percebo que não posso enxergar o início dessa estrada, e tudo o que sou
agora, é só uma parte do caminho.
