sábado, 10 de março de 2018

Inconstante



É o que eu sou. Libriana inconstante, pessoa inconstante. Para além das estrelas, signos, vênus, marte e lua. Eu sou um pêndulo, ou melhor, eu sou uma balança desregulada, talvez. Eu sou alguém que quer entender alguma coisa da vida. Eu sou romântica, mutante, sou uma solitária sempre acompanhada.
Para ficar perto de mim é preciso me amar, me amar muito. Não pode me prender, mas tem que me dar segurança, mesmo que eu não ofereça nenhuma. Tem que me querer mesmo com o ritmo insano do meu pêndulo. Sei amar com força. Vou querer morrer por ele, vou saber esquecê-lo uma semana depois e vou sentir saudades em alguns meses.
Eu amo sem saber que estou amando. Gosto da solidão e dentro dela desejo o amor. Sou delicada, cuidadosa, quero planejar as situações, medir o tempo de cada coisa e quando menos percebo, estou quebrando as regras antes estabelecidas por mim.
Não sei como existir de outra forma, mas é a única forma que conheço. Talvez a minha pouca idade não me ajude muito, talvez eu mude, talvez não. A duração dos meus relacionamentos é diretamente proporcional ao amor que sinto. Repito, para estar perto de mim é preciso me amar, e, se se isso durar, é porque estou amando também.
Liberdade e intensidade, tudo junto. E por ser tão inconstante, eu aprendi a me amar dessa forma. Eu tenho um coração enorme, que pulsa, que ama e que quer viver. Sim, eu sei ser constante. Conheço a lealdade, a calmaria e o embalo da rede. Tenho laços fortes, amizades longas e a fidelidade de um cão.
O meu lado solto ainda não encontrou um porto seguro. Ele só quer dizer: eu que sempre fui tão inconstante, te juro meu amor, agora é pra valer. Só que por enquanto ele não quer dizer nada, ou nem sabe o que dizer.